quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A experiência de produzir um programa

Em Agosto de 2011 comecei a trabalhar com a produção do programa Timon Sempre Mais, que era pra ser um simples programa institucional, mas percebi que mesmo tendo que trabalhar editorialmente de forma limitada, dava pra fazer algo bem feito, com dedicação e vontade de produzir algo atrativo para os telespectadores.

Quando eu era adolescente, sempre ficava passando de canal em canal até encontrar algo que me parecesse atrativo, às vezes eu encontrava, na maioria das vezes não. Sempre me chamou a atenção o que é bem feito, independente da temática. Acredito que o grande desafio de quem produz qualquer conteúdo pra TV é justamente esse, transmitir o conteúdo de forma lúdica e atrativa, independente do quão chato seja o tema abordado.

Confesso que quando iniciei o trabalho de produção do programa de Timon eu não estava muito empolgado, mas aos poucos percebi o  quanto eu poderia aprender com a experiência, o quanto eu poderia contribuir para os telespectadores e também para a própria cidade, compartilhando um pouco da agenda positiva do município.

Junto com a minha empolgação em produzir o informativo vieram também as alterações que deixaram o programa bem melhor, bem mais atrativo, e sobre isso quem pode confirmar são os próprios telespectadores. Esse reconhecimento por parte de quem acompanha a produção é que dá fôlego e estímulo para que qualquer produtor audiovisual continue se esforçando para trabalhar sempre mais, e sempre melhor para produzir algo bem feito, em respeito aos amigos que consomem as informações transmitidas.

Inserção do programa "Timon Sempre Mais" - Quadro "Alô Timon"

O programa que antes era bastante limitado editorialmente e trazia apenas notícias institucionais da prefeitura de Timon aos poucos foi ganhando pequenos detalhes que fizeram bastante diferença, tornando o programa mais atrativo e dinâmico. Introduzi pequenas inserções, quadros como o "Alô Timon", onde o povo poderia mandar seus recados e se sentir "parte do produto"; um quadro de "Curiosidades", onde eu pude difundir um pouco da história e informações interessantes sobre o município de Timon; um quadro de dicas ("Dica da Semana") trazendo informações e dicas úteis para o cotidiano dos telespectadores e um quadro de "Entrevistas" para que o público pudesse conhecer melhor as personalidades políticas, artísticas e culturais do município.

Também tive a oportunidade de fugir um pouco da rotina do programa, ao produzir reportagens especiais como o documentário "Turismo em Timon: Perspectivas e Possibilidades", trabalho que foi feito com muito carinho e que, consequentemente, foi super bem recebido pelo povo de Timon. Fiquei feliz ao perceber que o trabalho teve efeito sobre a auto estima da população desta cidade, que em geral é tão discriminada pela mídia, que costuma mostrar apenas os lados negativos e problemáticos.

Outro aspecto que considero interessante no meu trabalho é a multiplicidade de possibilidades e funções que um jornalista pode ter e exercer. Comecei sendo apenas o repórter do programa, para externas, mas depois comecei a experimentar a função de apresentação, produção de pautas, edição, redação e até mesmo auto maquiagem... sim! Jornalista usa maquiagem... é pra ver se aumenta a beleza... em algumas situações é inútil, ainda mais com o clima daqui, que derrete até microfone.

Documentário especial "Turismo em Timon: Perspectivas e Possibilidades"

Em resumo, a experiência de produzir um programa me permitiu aprender que, quando se faz algo com carinho, dedicação e responsabilidade, cedo ou tarde se colhe os frutos do esforço, nem que seja em forma de um elogio ou crítica positiva por parte de quem assiste. Teorias do jornalismo como a hipodérmica e a teoria do balde, tão ultrapassadas, não podem mais receber crédito de nenhum profissional do ramo de comunicação, pois ignoram o senso crítico do telespectador, de quem consome as informações transmitidas. Não adianta mais fazer por fazer. Fazer mal feito por falta de recurso ou de tempo não é mais aceito como desculpa. O telespectador atual sabe o que quer, sabe o que é bom (mesmo que ignore às vezes), é exigente e sabe diferenciar claramente algo que é feito com vontade de algo que é produzido sem a menor dedicação. Acima de qualquer coisa, o consumidor merece respeito, e isso basta para que, enquanto comunicadores e fabricantes de produtos comunicacionais, nos tornemos conscientes do nosso papel social e da importância da nossa profissão.

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