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Raymundo Nolleto |
Raymundo nasceu por volta de 1770 em São Salvador, Ílhavo, Aveiro, Portugal. Descrito como um jovem forte, atarracado, de cabelos louros e olhos azuis. Ele serviu como alferes da Coroa Portuguesa, na "Casa da Torre de Garcia d'Ávila" (Bahia), após cruzar o Atlântico e se estabelecer no Maranhão, ainda no século XVIII. No Brasil, casou-se com Nicotária Raymunda da Silva Coelho, uma mulher de família sertaneja, e juntos deram início a uma vasta descendência.
A história da família Nolêto fincou raízes nos sertões do sudeste maranhense, especialmente na região de São João dos Patos. Com o tempo, os descendentes de Raymundo e Nicotária se espalharam por todo o Maranhão e, mais tarde, por diversos estados do Brasil. Hoje, somos uma família numerosa, cuja trajetória reflete a força e a resiliência de nossos antepassados.
Raymundo e Nicotária tiveram nove filhos, que também se casaram e tiveram muitos filhos, aumentando, em poucos anos, o número dos descendentes daquele cidadão Português. No Maranhão, a família residiu inicialmente em uma fazenda no lugar que passou a se chamar Jatobá dos Nolêtos. Conforme a família crescia, os descendentes começaram a buscar novos espaços, que teriam que ser grandes, pois sua principal atividade era voltada para a agricultura.
Ao longo dos anos, os Noletos buscaram cidades já formadas como Carolina, Balsas, Riachão; outros buscaram mais distantes no próprio estado e em estados vizinhos como Goiás e Tocantins. Um dos locais mais colonizados por membros da família foi a região onde hoje está a cidade de São João dos Patos (MA).
Em minhas pesquisas, também tomei conhecimento que a linhagem dos Nolêtos saiu originalmente da Itália, passando por um longo caminho até chegar ao Brasil. Teria levado cerca de cinco séculos para a família deslocar-se de Pontremoli, na atual província de Massa – Carrara, região da Toscana na Itália até a cidade de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, ainda com apenas 270 anos. Acredita-se que entre 1370 a 1758, os Nolêtos viveram na Itália, nas regiões da Emília-Romana, da Toscana, de Abruzza e da Ligúria. neste tempo o apelido era Noceto, referente à cidade de Noceto, ao norte da Itália na região da Emília-Romagna, atualmente província de Parma.
Possivelmente os Nolêtos são descendentes dos Nocetos, cuja grafia passou a ser variável entre: Nolleto, Nolêto, Noleto. Há registros de várias famílias Nocetos que migraram para outros países europeus como: Espanha (Catalunia), França e Portugal, se espalhando posteriormente para várias partes do mundo, inclusive pelo Brasil.
Uma das partes mais emocionantes dessa pesquisa que fiz foi reunir todas as descrições que encontrei sobre Raymundo e, a partir delas, recriar sua imagem. A ilustração que compartilho nesta postagem é o resultado de anos de busca, um esforço para dar um rosto àquele que está no início de nossa linhagem no Brasil. Poder ver e compartilhar essa representação com outros membros da família é uma alegria imensa, pois reforça nosso vínculo e o respeito por nossa ancestralidade.
Honrar aqueles que vieram antes de nós é mais do que um exercício de memória; é um caminho para compreender melhor quem somos. Conhecer a história de Raymundo me fez perceber que carregamos em nosso sangue não apenas os traços físicos, mas também a coragem e a determinação que permitiram que nossa família crescesse e prosperasse ao longo dos séculos. E que essa história continue a ser contada, celebrada e compartilhada entre nós!
Observando o brasão ao qual tive acesso, analisando os elementos da heráldica, concluímos que a pomba é o símbolo clássico da Bahia, constando no brasão de armas da Bahia desde 1549, quando de sua fundação por Thomé de Souza. Foi na Bahia que Raymundo chegou, se firmando na Casa da Torre. Já a estrela caudata representa uma estrela com cauda de cometa, associada à missão de conduzir, sinalizar, o que está ligado também à missão de Raymundo ao seguir pelo sudeste maranhense com a missão de povoar a região. O barco, presente no brasão de Ílhavo, S. Salvador (Portugal), representa as navegações e migrações; foi desta região que Raymundo saiu de Portugal. Já a torre, acredito que esteja ligada possivelmente à Casa da Torre Garcia D'Ávila (Bahia), de onde partiram as missões de colonização. Em relação às cores, temos neste brasão a cor vermelha, também conhecida como gules ou goles, que simboliza coragem, valor, grandeza, sacrifício, derramamento de sangue, guerras e vitórias. Já a cor azul significa alegria, lealdade, sabedoria, harmonia, tranquilidade, serenidade, céu e mar.